17 de novembro de 2009

Concerto de Encerramento da VIII Semana Eleazar de Carvalho com a Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás no Teatro Coliseu em Santos-SP.

Data: 20 de Novembro – sexta-feira
Horário: 20h 30
Local: Teatro Coliseu
End.: Rua Amador Bueno, 237, Santos
Entrada Franca


PROGRAMA

Johannes BRAHMS (1833-1897) – Concerto nº. 1 para Piano e Orquestra

Eleazar de CARVALHO (1912-1996) – Prelúdio do 3º Ato da ópera “Tiradentes”

Wolfgang Amadeus MOZART (1756-1791) – “Ach, ich fühl’s”, da ópera A Flauta Mágica

Giacomo PUCCINI (1858-1924) – “Quando me’n vo’”, da ópera La Boheme

Orestes FARINELLO (1908-1989) – Abertura Anchieta


Mayra Terzian – Soprano
Danilo Jatobá – Piano
Eliseu Ferreira – Regente



Release
A Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás realiza no dia 20 de Novembro, às 20h 30, no Teatro Coliseu em Santos-SP, o concerto de encerramento da “VIII Semana Eleazar de Carvalho”. A regência será do maestro Eliseu Ferreira e como solistas teremos a soprano Mayra Terzian e o pianista Danilo Jatobá, vencedores do Concurso Jovens Solistas promovidos pela Fundação Eleazar de Carvalho, cujo prêmio é se apresentar frente à orquestra no evento em questão. É a primeira vez que uma orquestra de Goiás é convidada para realizar um concerto no Estado de São Paulo. Esse concerto representa uma boa oportunidade para mostrar o trabalho que é desenvolvido no âmbito da música clássica orquestral no Estado de Goiás.

Na primeira parte do programa será executado o Concerto nº. 01 para Piano e Orquestra em Ré Menor, do compositor alemão Johannes Brahms, obra-prima monumental do repertório clássico universal. O solista será o pianista cearense Danilo Jatobá, ganhador do primeiro prêmio do Concurso Jovens Solistas, promovido pela Fundação Eleazar de Carvalho em 2009.

A segunda parte do concerto começa com uma obra do homenageado que dá nome ao evento: Prelúdio do 3º Ato da ópera Tiradentes, de Eleazar de Carvalho. Em seguida, serão executadas as obras “Ach, ich fühl’s”, da ópera A Flauta Mágica do compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart e “Quando me’n vo”, da ópera La Boheme do compositor italiano Giacomo Puccini.

O concerto termina com a execução da abertura Anchieta, do compositor paulista Orestes Farinello. Farinello foi um compositor profícuo nas décadas de 40 a 70. Respeitado no meio musical paulistano, mudou-se para a cidade de Anápolis-GO em 1976, permanecendo ali até sua morte em 1989. A Abertura Anchieta, composta em homenagem ao aniversário de São Paulo em 1942, será executada novamente após 40 anos ausente dos palcos paulistas.

O evento é uma realização do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura com o apoio do Governo de Goiás, através das Secretarias de Educação e de Ciência e Tecnologia.

A entrada é franca.
O trabalho da Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás está baseado na tríade Inclusão Social – Educação – Cultura, aspectos fundamentais nas atividades de qualquer instituição musical nos dias atuais. Os integrantes da orquestra recebem uma bolsa mensal no valor de R$ 500,00 para despesas pessoais e manutenção / compra de instrumentos. A maior parte dos integrantes é oriunda dos cursos de formação musical oferecidos pelo Centro de Educação Profissional em Artes Basileu França, escola na qual a orquestra está sediada. O ano de 2009 representa um importante marco na trajetória da orquestra, que vem se consolidando como um grupo atuante, merecendo reconhecimento e elogios por parte do público, autoridades e formadores de opinião. O principal projeto do ano é a série “Concertos Didáticos CELG e Endesa Cachoeira”, que é uma parceria entre o Governo de Goiás e essas duas empresas para realização de concertos em 10 cidades do interior do Estado. A orquestra também realizou, a convite da Endesa Cachoeira, dois concertos em comemoração aos 50 anos de construção da Usina Hidrelétrica de Cachoeira Dourada no dia 25 de Abril, na cidade de Cachoeira Dourada-GO e um concerto no Instituto Cervantes em Brasília-DF, com presença da Vice-Ministra da Espanha.



O MAESTRO
ELISEU FERREIRA, natural de Anápolis, é Licenciado em Educação Artística, Bacharel em Clarineta e Mestre em Performance Musical pela Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás. Estudou clarineta na Escola de Música de Brasília e também na Universidade de Brasília na classe do prof. Luiz Gonzaga Carneiro. Estudou regência com o Maestro Emílio de César por vários anos. Participou de festivais, cursos de aperfeiçoamento, e master-classes no Brasil e no exterior, tendo aulas com renomados professores, dentre eles, Dante Anzolini, Roberto Duarte, Aylton Escobar, Kirk Trevor, Tsung Yeh, Neil Thomson e Kurt Masur. Participou de cursos de Regência em Zlin e Kromeriz, na República Tcheca e no Royal College of Music em Londres, Inglaterra. Além de clarinetista, foi também Regente Assistente da Orquestra Filarmônica de Goiás. Foi o Regente Titular da Orquestra Jovem de Goiás, da Orquestra Planalto Central, Orquestra de Câmara de Goiânia, Camerata Vocal de Goiânia e da Banda Sinfônica do CEFET-GO. Trabalhou como Assistente do Maestro Emílio de César no Festival Eleazar de Carvalho em Fortaleza-CE por vários anos. Foi Regente Titular e Diretor Artístico da Orquestra de Câmara Goyazes de 1999 a 2003, grupo que passou a dirigir novamente em 2008. Foi Regente Adjunto da Orquestra Sinfônica de Goiânia de 2003 a 2005. Desde 2002 é o Regente Titular da Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás, com a qual tem realizado um intenso trabalho didático, realizando séries de concertos em todo o Estado de Goiás.


A ORQUESTRA
Desde o início de suas atividades em 2001, a Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás tem oferecido de forma sistemática o aprendizado da música sinfônica e das habilidades específicas da profissão de músico orquestral. Composta por alunos do Centro de Educação Profissional em Artes Basileu França e Escola de Arte Veiga Valle, é dividida nos grupos A, B e C, totalizando 170 membros. Sob a direção do Maestro Eliseu Ferreira desde 2002, suas atividades tem sido desenvolvidas regularmente, em uma trajetória ascendente de crescimento artístico e institucional. Realiza cerca de 40 concertos anuais em Goiânia e sua região metropolitana, além de várias cidades do interior do Estado de Goiás e Distrito Federal. Em seus espetáculos, a orquestra tem se associado a artistas de renome nacional e internacional, tais como Eudóxia de Barros, Lúcia Barrenechea, Emílio de César, Mark Cedel e Albrecht Breuninger Sua programação de concertos é variada e inclui estréias regulares de novas composições, algumas delas dedicadas à própria orquestra. O grupo recebe o apoio do Programa Bolsa Orquestra, criado pelo Governo de Goiás no ano de 2005. Esse programa consiste no repasse mensal de auxílio financeiro a integrantes das Orquestras A e B, objetivando fornecer aos mesmos as condições básicas para seu desenvolvimento profissional. Em 2009 passou a contar com o patrocínio das empresas CELG (Centrais Elétricas de Goiás) e Endesa Cachoeira.


O HOMENAGEADO

Eleazar de Carvalho: O Maestro Brasileiro
A música erudita no Brasil deve muito a Eleazar de Carvalho. Durante mais de 50 anos seu nome e seu vigor, físico e intelectual, orientaram músicos, orquestras e instituições culturais. Esteve presente em tudo que de importante foi feito no Brasil na área musical neste período. Além do Brasil – que nunca abandonou – teve a mais brilhante carreira internacional que um maestro pode almejar. Regeu as principais orquestras do mundo e ensinou em grandes escolas americanas. Mas sempre voltou. Dizia: “o meu lugar é aqui!”.
O Início
Nascido em Iguatu, interior do Ceará em 1912, filho de uma descendente de índios tabajaras e de um capitão do exército e pastor presbiteriano, Eleazar de Carvalho dizia que devido aos seu gênio ’inquieto´ seu pai o mandara, aos 11 anos de idade, para a Marinha, o que na época equivalia a uma escola correcional. Foi na banda da escola que a sua ligação com a música começou. “Observei que a comida servida às crianças que tocavam na banda era melhor. Apresentei-me embora não tocasse qualquer instrumento. Sou músico por gulodice...”.
Tocou tuba em diversas corporações da Marinha. Em 1928, já no Rio de Janeiro, estudava solfejo e harmonia e participava da Banda dos Fuzileiros Navais. No ano seguinte, fez concurso para a Orquestra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Para prestar o concurso teve que sair da Marinha e perder todos os direitos adquiridos. Passou a tocar na orquestra e segundo ele “em quase todos os bailes”. Fazia parte do American Jazz, com Almirante, Donga e Pixinguinha e estudava regência com Francisco Mignone na Escola de Música do Rio de Janeiro. Terminado o curso compôs a ópera O Descobrimento do Brasil que estreou no Municipal do Rio em 11 de junho de 1939, regida pelo autor.Era o início de uma carreira.
Fundação da Orquestra Sinfônica Brasileira
Nesta época, a visita de Toscanini ao Brasil com a Orquestra da NBC, entusiasmou os professores da Escola de Música do Rio de Janeiro. Eleazar e alguns companheiros arregimentaram músicos nas escolas do Rio, que estava repleta de bons profissionais refugiados da guerra. Assim, foi formada a Orquestra Sinfônica Brasileira regida pelo húngaro Szenkar e tendo Eleazar de Carvalho como assistente.
América
“Desde 45, a idéia de ir para os Estados Unidos me dominava. E em 46, ao ser apresentado ao Ministro João Alberto que me ofereceu a possibilidade de ser apresentado na América, percebi que havia chegado a hora.”
O Maestro chegou aos Estados Unidos disposto a reger uma das 3 grandes orquestras americanas: Boston, Filadélfia ou Nova York. Foi recebido com o maior ceticismo e chamado de maluco. Depois de bater em muitas portas, finalmente recebeu um convite para reger no Carnegie Hall, mas, dizia o maestro, era um convite e uma maldição. “Na frente do prédio iria a minha foto vestido de índio! Não aceito, respondi desapontado. E acrescentei: há muito tempo não visto tanga.”
Difícil de dobrar procurou em seguida ninguém menos que Eugene Ormandy, regente da Philadelphia Symphony Orchestra. Recebeu um conselho – Vá para o Arizona. Você precisará de 15 ou 20 anos para chegar aqui!
Mas Eleazar de Carvalho não estava disposto a esperar tanto. Informado que Sergei Koussewitzky - um dos maiores nomes da música - era diretor de uma escola de regentes e estava ministrando cursos naquele momento em Tanglewood, decidiu procurá-lo. No entanto, os cursos já estavam em andamento e o maestro não recebia ninguém. “A minha vontade era tanta que usei de um estratagema. Afirmei que trazia uma mensagem do presidente do Brasil e que esta deveria ser entregue ao mestre. Fui recebido. – E a mensagem? Perguntou Koussewitzky. – É verbal, senhor. E apesar da reação de surpresa, continuei. – Peço-lhe cinco minutos à frente da orquestra. Se julgar que não tenho qualquer possibilidade, voltarei e viverei da caça e da pesca no meu país”. Aceito, Eleazar teve em Koussewitzky o mestre que marcou sua vida e sua carreira.
Em 1947, tornou-se assistente de Koussewitzky junto com Leonard Bernstein e regeu pela primeira vez a Sinfônica de Boston apenas um ano após ter chegado aos Estados Unidos. Desta experiência Eleazar guardava uma lembrança:
“Confesso que não consegui me calar. Enviei a Ormandy uma cópia do meu contrato e dois ingressos acompanhados de um cartão meu onde escrevi: Veja onde já estou!” De Boston foi para Chicago e Nova York e meses depois foi chamado para substituir Charles Munch que adoecera e pode assim reger a Philadelphia Symphony Orchestra, a orquestra de Ormandy. Em 1951, um ano após a morte de Koussewitzky, assumiu a cátedra de Regência do Berkshire Music Center que dirigiu durante 16 anos. Neste período, assumiu a direção da Saint Louis Symphony Orchestra que dirigiu por 10 anos e onde regeu mais de 1000 concertos. Já consagrado como maestro, dirigiu a Pro Arte Symphony Orchestra em Nova York de 68 a 73.
Como professor percorreu as principais instituições americanas. Lecionou regência na Washington University, Hofstra University, Tampa University, Juilliard School of Music e foi também professor por vários anos da Yale University, onde recebeu o título de Professor Emeritus. Muitos dos seus alunos dirigem grandes orquestras pelo mundo, entre eles, Claudio Abbado, Zubin Metha, Seiji Osawa, Gustav Meier, David Wooldbridge, Harold Faberman e Charles Dutoit.
OSESP, uma paixão
Nos quarenta anos seguintes Eleazar de Carvalho esteve à frente das principais orquestras do mundo. As Filarmônicas de Berlim e de Viena e praticamente todas as grandes orquestras européias foram regidas por ele em programas que em geral incluem peças brasileiras, principalmente de Villa Lobos. Dirigiu durante seis semanas a Filarmônica de Israel em sua primeira excursão aos Estados Unidos.
Mas o seu principal compromisso sempre foi a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Fundada em 1954 e logo desativada a OSESP só ganhou vida a partir de junho de 1973 reorganizada por Eleazar de Carvalho. A frente da sua orquestra, que dirigiu até morrer, o maestro dedicou o melhor dos seus esforços. O desafio de criar em São Paulo uma orquestra do mesmo nível das orquestras internacionais que dirigira sempre foi o seu objetivo. Apesar dos seus esforços nem sempre obteve o apoio necessário e a OSESP muitas vezes tocou em espaços improvisados e sem as melhores condições. No final de sua vida quando as forças já lhe faltavam teve ainda energia suficiente para traçar as diretrizes da reestruturação da OSESP e reger o primeiro concerto da orquestra na Estação Júlio Prestes. Não pode realizar o sonho ver a orquestra numa sala à sua altura. Deu, porém, os passos decisivos para que isto acontecesse.
A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, a Sala São Paulo e a musica erudita no Brasil muito devem a Eleazar de Carvalho. E ele não será esquecido.



Orquestras dirigidas por Eleazar de Carvalho
Europa
Orquestra Filarmônica de BerlinOrquestra Filarmônica de VienaBayerischer Rudfunk Orchester London Philharmonic OrchestraLondon Symphony OrchestraPhilharmonic van AntwerpenHelsinki Municipal OrchestreHannover Symphonic OrchesterAthenas State OrchestraThessaloniki State OrchestraIsrael Philharmonic OrchestraJerusalem Symphonic OrchestraOrchestra del Pomerigi Musicale (Itália)Orchestra A. Scarlatti della R.A.I. (Nápoles)Orchestra del Theatro La Fenice (Veneza)Orchestra do Casino San RemoOrchestra Stabile de MilanoOrchestra National de L’Opera de MônacoRadio Phillarmonisch Orkest (Holanda)Utrechts Stedelijk Orkest (Holanda)Orchestre Municipal de BordeauxOrchestre des Concerts du Conservatoire de ParisOrchestre des Concerts Colonne ParisOrchestre Lamoureux ParisOrchestre National de la O.R.T.F. Orchestre Symphonique de la O.R.T.F.Orchestre Symphonique Française Orchestre Symphonique de Toulouse Musikselskabet Harmonies (Bergen Noruega)Phillarmonisk Selskap (Oslo, Noruega)Orchestre du Conservatoire Royal (Bruxelles)Naradowej (Varsóvia)Stockholm Filarmoniska Orkester (Suécia)Basler Sinfonie Orchester (Suisse)Orchestre National de BelgiqueGrand Orchestre Symphonique de la Radioet Television Belge

Belgrade Philharmonic (Ioguslávia)Radio e Television Orchestra (Beograde)Slovenian Philharmonic Orchester (Ljubljana)Zagreb Philharmonic (Zagreb, Ioguslávia)Sarajevo Symphony (Ioguslávia)Mozarteum Orchester (Salzburg, Áustria)Orquesta Sinfónica Principado de Olviedo(Espanha)
Estados Unidos
New York Philharmonic OrchestraBoston Symphony OrchestraCleveland Symphony OrchestraLos Angeles PhilharmonicNational Symphony OrchestraDetroit Symphony OrchestraSt. Louis Symphony OrchestraBuffalo Philharmonic OrchestraCincinnati Symphony OrchestraDallas Symphony OrchestraMilwaukee Symphony OrchestraTulsa Philharmonic OrchestraYoungstown Symphony OrchestraColorado Spring SymphonyRichmond Symphony OrchestraRhode Island PhilharmonicJuilliard Symphony OrchestraPhilharmonic Orchestra of YALE
América Latina
Orquesta Sinfónica Nacional (México D.F.)Orquesta Philharmonic de la Universidad do MéxicoOrquesta Sinfónica de Mérida (Venezuela)Orquesta Sinfónica Nacional da Argentina)Orquesta Sinfónica do SODRE (Uruguai)

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